RETROCEDER
Capitulo 6 ou 5.
Estava chegando, me veio a cabeça a frase do menino negro "Por que estão fazendo isso com ele?" e a resposta de sua mãe "é Bandido!"
O ônibus parou em frente a empresa. Duas equipes de televisão me aguardavam na porta do trabalho, o meu primeiro dia . Eles avançaram, era noticia fresca, os microfones encostaram em minha face marcada e dolorida, me esquivei, entrei no prédio.
Um gigantesco centro empresarial, a recepcionista logo me reconheceu, negra de cabelos lisos e rosto fino e um sorriso maravilhoso, seu uniforme azul a tornava mais bela eu sempre tive uma queda por mulheres de minha cor. Me explicou todas as normas do centro empresarial e me entregou o crachá da empresa e disse.
- No final do corredor tem um salão, estão te aguardando lá!
Venci o corredor com facilidade. Na porta do salão estava escrito "PUSH", abri e dezenas de pessoas todas vestidas com o mesmo traje que era idêntico ao meu, camisa branca e calça jeans, começaram a aplaudir e gritar o meu nome.
-JOÃO! JOÃO! JOÃO!
Em uma hora conheci todos os meus colegas de trabalho e seus olhares denunciavam o sentimento de dó.
O único que se mostrou indiferente, um alemão e meu gerente.
- Olha para frente menino.
João Pedro é meu nome e tenho 19 anos e sou técnico em informação.
Capitulo 5 ou 4.
Cinco e meia da manhã, o sono fugiu, o relógio estava para despertar as seis, olhei no espelho e vi o meu desformado rosto, toquei com a língua meus lábios e senti dor. Tirei meus trajes de dormir, fui para o chuveiro, lavei-me com cuidado, sentia dores nas costas e nas pernas, sai do banheiro com a toalha enrolada na cintura coloquei minha camisa branca, calça jeans e um tênis. Na cozinha ouvi barulho de louça sendo lavada, era minha viúva mãe dando o inicio ao preparo do café.
- Tá quase pronto filho!
Depois de um tempo sentei e tomei o café.
- Filho eu tenho dinheiro! Pega um taxi - Disse minha mãe
- Não mãe!
- Posso arranjar alguém para te levar!
- Decidi que iria trabalhar hoje e vou fazer o mesmo percurso! Tenho Que fazer!
- Toma cuidado! Só tenho você!
- Vai dar tudo certo!
Olhei pela janela e vi a equipe de televisão a alguns metros do portão de minha casa, peguei uma escada no quintal e encostei no murro do fundo e pulei com facilidade. Desci a rua e atravessei a estrada que separava a favela do Guaru para o bairro Altos dos Anjos.
Sou uma celebridade dos telejornais, apareci em todas as televisões deste pais.É normal que todos os olhares me acompanhavam . Ainda bem que há poucas pessoas nas ruas.
Parei em frente à farmácia, estava fechada, um bilhete em papel sulfite anunciava "Ficaremos fechados nos próximos dias" Caminhei dois metros e vi as marcas do meu sangue na calçada. Olhei para a padaria e vi um dos meus agressores, ele me notou, abaixou a cabeça e entrou.
Não havia mais nada a fazer naquele lugar, parti em direção ao ponto de ônibus, para minha surpresa encontrei aquela senhora negra e seu filho. Em sua inocência ele disse!
- Olha mãe é aquele menino!Ele não é bandido não!
E os olhos de sua mãe se encheram de lagrimas, ela tentou se desculpar, não encontrou palavras, havia gagueira e choro, aproximei, abracei e falei ao seu ouvido bem baixinho.
- Qualquer um teria pensado a mesma coisa! A senhora não precisa se desculpar! Estou aqui e estou muito bem!
- Posso arranjar alguém para te levar!
- Decidi que iria trabalhar hoje e vou fazer o mesmo percurso! Tenho Que fazer!
- Toma cuidado! Só tenho você!
- Vai dar tudo certo!
Olhei pela janela e vi a equipe de televisão a alguns metros do portão de minha casa, peguei uma escada no quintal e encostei no murro do fundo e pulei com facilidade. Desci a rua e atravessei a estrada que separava a favela do Guaru para o bairro Altos dos Anjos.
Sou uma celebridade dos telejornais, apareci em todas as televisões deste pais.É normal que todos os olhares me acompanhavam . Ainda bem que há poucas pessoas nas ruas.
Parei em frente à farmácia, estava fechada, um bilhete em papel sulfite anunciava "Ficaremos fechados nos próximos dias" Caminhei dois metros e vi as marcas do meu sangue na calçada. Olhei para a padaria e vi um dos meus agressores, ele me notou, abaixou a cabeça e entrou.
Não havia mais nada a fazer naquele lugar, parti em direção ao ponto de ônibus, para minha surpresa encontrei aquela senhora negra e seu filho. Em sua inocência ele disse!
- Olha mãe é aquele menino!Ele não é bandido não!
E os olhos de sua mãe se encheram de lagrimas, ela tentou se desculpar, não encontrou palavras, havia gagueira e choro, aproximei, abracei e falei ao seu ouvido bem baixinho.
- Qualquer um teria pensado a mesma coisa! A senhora não precisa se desculpar! Estou aqui e estou muito bem!
Capitulo 4 ou 3.
Já era noite! Retornava para minha casa do pior dia da minha vida, o carro da policia era apaisana. Enganamos os repórteres saindo pelo fundo da delegacia. o trajeto não era longo. A pequena favela do Guaru já estava próxima, as centenas de metros foram percorridos em minutos e já enxergava a bagunça na minha rua, a imprensa escrita e falada, urubus em busca de carne fresca, os flashes explodira antes do carro parar, sai do carro e como hienas foram em minha direção, todos perguntavam ao mesmo tempo as mesmas perguntas e com simplicidade disse apenas duas palavras.
- Com licença!
Um corredor polonês se abriu e no portão lá estava ela, a mulher mais importante da minha vida, aquela que pagou meus estudos, meu material escolar. Suas lagrimas eram visíveis a todos nos encontramos no mais apertado dos abraços.
- Fui lá filho! Não deixaram te ver! Vi pela televisão!
Bandido te chamaram de bandido! De ladrão!
E outra explosão de flashes aconteceu.
- Vamos entrar! Vamos conversar longe deles!
Ela falou, falou e chorou, achou que ia me perder e com meus lábios inchados beijei sua testa, não me importei com a dor e pela primeira vez no dia chorei.
Passaram-se horas e ela retirou-se para seu quarto, liguei a televisão e nos telejornais eu vi as duas cenas que marcaram o dia de hoje, mudei de canal a caminhada dos mortos era o nome da série em poucos minutos percebi que os verdadeiros monstros eram os vivos!
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Um corredor polonês se abriu e no portão lá estava ela, a mulher mais importante da minha vida, aquela que pagou meus estudos, meu material escolar. Suas lagrimas eram visíveis a todos nos encontramos no mais apertado dos abraços.
- Fui lá filho! Não deixaram te ver! Vi pela televisão!
Bandido te chamaram de bandido! De ladrão!
E outra explosão de flashes aconteceu.
- Vamos entrar! Vamos conversar longe deles!
Ela falou, falou e chorou, achou que ia me perder e com meus lábios inchados beijei sua testa, não me importei com a dor e pela primeira vez no dia chorei.
Passaram-se horas e ela retirou-se para seu quarto, liguei a televisão e nos telejornais eu vi as duas cenas que marcaram o dia de hoje, mudei de canal a caminhada dos mortos era o nome da série em poucos minutos percebi que os verdadeiros monstros eram os vivos!
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